Uvas são transformadas em vinho há milhares de anos
         através do     processo    natural denominado vinificação.
                  A vinificação, de modo geral, requer pouca intervenção
        humana, entretanto,    produtores em todo o mundo orientam
        a produção do vinho através de
         variadas    técnicas que são aplicadas nas diferentes etapas do
         processo.
                 O processo de produção do vinho pode ter mais ou menos etapas.
                Tudo dependerá do estilo do vinho que se deseja obter e, também,
         da   filosofia de cada produtor.
                 Nesta página você encontrará 8 etapas do processo básico de produção
        de   vinhos – aquelas que são as mais comuns para a maioria dos vinhos
       que conhecemos.
  


       1) COLHEITA


                       


             Durante o processo de produção do vinho, o enólogo têm de tomar
      uma série de decisões importantes e, provavelmente, a mais
      importante   delas, é o momento certo de colher as uvas.
             A colheita é realizada em diferentes épocas de acordo com a variedade
     de uva, o estágio de maturação – algumas variedades amadurecem
     mais   cedo que outras – e as condições climatológicas.
               Uvas colhidas antecipadamente, tendem a produzir vinhos mais ácidos
       e menos alcoólicos. Por outro lado, uvas colhidas tardiamente podem
       produzir vinhos de menor acidez e mais álcool.
              Para evitar uma possível oxidação dos frutos, a colheita geralmente é
       realizada em horários com temperaturas mais amenas, podendo ser
       feita manualmente (processo mais lento e caro) ou mecanicamente
       (mais rápido e barato).
             A maturação das uvas é um processo que passa por diversas e
        importantes    etapas.
                   E duas delas são muito importantes para determinar o momento
      ideal  da colheita, além do potencial de qualidade em uma 
      determinada safra:
Maturação tecnológica (acompanhamento de açúcares e acidez)
Maturação fenólica (determinação dos principais polifenóis –
 antocianinas e taninos)
                 No hemisfério norte, a colheita geralmente ocorre entre o início de
       setembro     até o início de novembro e, no hemisfério sul, entre 
       meados de janeiro até   o início de março.
               Assim que as uvas chegam na vinícola, o ideal é que a vinificação
        seja   realizada       o mais rápido possível, de modo a aproveitar
        todo o   frescor da fruta    e evitar uma fermentação indesejada.


       2) DESENGACE E ESMAGAMENTO

                      
               Este é o processo que inicia a vinificação.
              Ao chegar na vinícola, as uvas são colocadas na desengaçadeira-
     esmagadeira –        máquina que remove os engaços dos grãos
     (os quais adicionamum   amargor indesejável ao vinho) e, de maneira
     sutil, rompe as cascas das uvas.
             Desta forma, o suco da uva escorre livremente, sem que as cascas
     e semente   sejam esmagadas.
            Para a elaboração de vinhos brancos e espumantes, este primeiro
     suco obtido    através do esmagamento, chamado de mosto-flor, é 
     separado e utilizado    preferencialmente para elaborar vinhos mais
     nobres, pois, é um suco mais    rico em açúcares, menos ácido e menos
     tânico.


        3) PRENSAGEM

                    
           Após o esmagamento das uvas, o mosto é prensado para separar as
      cascas    e sementes do suco.
             Esta prensagem inicial é apenas realizada na elaboração de vinhos
      brancos.
              Os vinhos rosés e tintos pulam esta etapa, pois são fermentados
      juntamente   com as cascas para ganharem cor.
              O suco das primeiras prensagens é considerado mais nobres,
      sendo então   vinificado. Já o suco das últimas prensagens, geralmente é 
      utilizado para    produção das aguardentes conhecidas como Grappa.


       4) FERMENTAÇÃO

               
          É durante a fermentação que toda a ‘mágica’ acontece.
          As leveduras se alimentam do açúcar natural presente no suco das
      uvas e    o transformam em álcool e dióxido de carbono.
         Uma das primeiras decisões do enólogo nesta etapa, é escolher
      fermentar o
      vinho em tanques de aço inox ou barris de carvalho.
          Os tanques de aço, utilizados na maioria das vezes, tem poder de
     preservar o    frescor das uvas, oferecendo ao vinho maiores sabores
     de frutas.
           Por outro lado, a fermentação em madeira prepara o vinho para, ao
     final do processo, amadurecer em barris, tornando-os mais ‘macios’ ao 
     paladar.
            Vinhos fermentados em carvalho geralmente são mais claros, menos
     frutados    e ganham aromas e sabores amadeirados.
            A temperatura de fermentação também é um fator importante para
     o   sucesso da vinificação.
            Para os vinhos brancos e rosés, quanto mais baixa a temperatura de
      fermentação,   melhor. Baixas temperaturas preservam seus 
       aromas e    sabores mais delicados.
             Por outro lado, a fermentação de vinhos tintos normalmente acontece
       em temperaturas mais altas, visando aumentar a cor e os
       taninos do vinho.
             Outro fator importante durante a fermentação, é o tempo em que
       o vinho   permanece em contato com as cascas.
            As cascas são responsáveis por adicionar cor aos vinhos tintos e rosés.
             Quanto mais tempo o suco ficar em contato com as cascas, mais
       cores e    sabores o vinho terá.


         5) TRASFEGA

                    
           Após o término da fermentação alcoólica, resíduos sólidos, matéria
     orgânica,    bactérias e leveduras se depositam no fundo do tanque.
           De modo a evitar que sabores e aromas indesejáveis sejam passados
   
            O ato de transferir o vinho de um tanque para o outro é chamado de
    trasfega.
  


         6) CLARIFICAÇÃO E ESTABILIZAÇÃO

                  
                 Concluída a fermentação e trasfega, o vinho é submetido a alguns
           processos     onde são removidos componentes que podem deixá-lo 
           turvo.
                  Em seguida, são feitas as seguintes estabilizações:
           Estabilização ao calor – evita que o vinho submetido à altas
temperaturas se torne turvo.
            Estabilização ao frio – evita que cristais se formem em baixas
 temperaturas.
            Estabilização microbiológica – evita que novas fermentações
 aconteçam depois do vinho engarrafado.


          7) AMADURECIMENTO

                  
              O  processo de amadurecimento do vinho pode, basicamente, ser
       feito em     tanques de aço ou barris de carvalho.
              Tanques de aço limitam a exposição do vinho ao oxigênio, mantendo-
       os mais    frescos.
              Já os barris de carvalho possibilitam maior oxigenação, o que ajuda na
      redução     de taninos e acidez, além de conferir ao vinho novos aromas
     e sabores –   geralmente de especiarias, baunilha, coco, nozes, entre outros.
             Para os vinhos brancos utiliza-se, na maioria das vezes, os tanques de
       aço,  para que seu frescor, aromas e caráter frutado sejam preservados.
            Mas não é incomum encontrarmos vinhos brancos que passam por
      madeira.
            Quando isso acontece, geralmente com a variedade Chardonnay, o
      vinho   torna-se mais encorpado, além de adquirir cor e textura
      amanteigada.
           No caso dos tintos, os barris de carvalho são os mais utilizados,
      acrescentando     ao vinho aromas e sabores, corpo e deixando-os mais
      macios.


    8) ENGARRAFAMENTO


            

              Após passar por todas
        as etapas descritas anteriormente, os vinhos são então engarrafados
       e      deixados em repouso na vinícola, até estarem prontos para 
       comercialização.
             Este repouso é benéfico para todos os vinhos, para que eles se
      estabilizem e  se recuperem de uma possível ‘doença da garrafa’ – 
      causada por     agitação e  exposição da bebida ao oxigênio durante
      o engarrafamento.
              Os vinhos podem repousar nas vinícolas por dias, semanas ou meses,
       porém,  alguns podem permanecer em garrafa por muitos anos.