Bora toma uma?
Já reparou que, para onde quer que você viaje, vai encontrar
uma “pinguinha” tradicional? Pode ser o uísque dos escoceses,
o rum das ilhas caribenhas, o gim amado pelos ingleses ou a
vodca dos russos e poloneses. Cada povo encontrou sua forma de
destilar bebidas alcoólicas com os ingredientes que tinham à mão,
fossem grãos, tubérculos, frutas e outros vegetais fermentados
para preparar suas aguardentes típicas.
Não é preciso viajar pelo mundo para provar
alguns destilados exóticos, que fogem do
lugar-comum da vodca, do uísque, do conhaque,
do tequila, do gim, do rum e da cachaça.
Mostramos aqui alguns dos diferentões que podem
ser encontrados em nosso mercado e render
bons brindes e drinques. Em poucos goles,
pois a maioria deles tem teor alcoólico
dos mais bravos.
Arak - Líbano e outros países do Oriente Médio
O termo "de araque" -coisa fajuta, lorota- tem origem no nome
desse destilado de uvas aromatizado com anis, popular no Líbano,
na Síria, na Jordânia e em Israel. A graduação alcoólica varia
dos 45% aos 63% - por isso, é recomendável servi-lo diluído em
água e gelo, o que lhe dá um tom leitoso. Sua produção é delicada:
ele passa por três destilações e é armazenado em barricas de cerâmica
por cerca de um ano.
Aquavita - Países escandinavos
Para aguentar o frio dos países nórdicos, só mesmo com uma
bebida de alto teor alcoólico. É assim a aquavita (ou akvavit),
produzida na Noruega, na Dinamarca, na Suécia e na Finlândia.
Pode ser destilada de grãos ou batatas, mas sua personalidade
aromática é obtida pela adição de especiarias como o cominho
ou o endro. Sua graduação alcoólica fica por volta dos 50%.
A versão clara é a mais popular, bebida pura e bem gelada.
Grappa - Itália
Ela nasceu na Idade Média, fruto da destilação do bagaço da
uva (incluindo cascas, sementes e engaços) dispensado após a
fabricação do vinho. Durante séculos a grappa foi uma bebida
considerada pouco nobre, mas nos últimos tempos ganhou status
de requinte. Tem similares em Portugal (a bagaceira) e na
França (o marc). Transparente e de teor alcoólico que varia
de 37,5% a 60%, é bastante usada no preparo de coquetéis -dá
até para fazer caipirinha de grappa.
Poire - França
O poire faz parte da categoria dos eau de vie, denominação francesa
para as aguardentes destiladas a partir de frutas (peras, ameixas,
maçãs, pêssegos). Tomar um cálice puro de poire é uma experiência
para os fortes, pois sua graduação alcoólica gira em torno dos 40%.
Uma das curiosidades do poire são as garrafas que vêm com a pera
inteira dentro: elas são colocadas na pereira e as frutas crescem dentro
do vidro, depois completado com o destilado.
Mezcal - México
O tequila é um destilado bem conhecido no Brasil. Que tal mudar de ares
e provar o mezcal? Ele é feito de outro tipo de agave, o maguey, e por
isso não pode ser classificado como tequila (feito com agave azul), de acordo
com a legislação mexicana. Ele tem um sabor mais rústico e uma
característica defumada bem forte, que deixa um retrogosto longo e
marcante. Alguns vêm com uma larva no fundo da garrafa - diz-se que
tem efeito afrodisíaco.
Pisco - Peru e Chile
Peruanos e Chilenos brigam eternamente pela denominação de origem do pisco.
No Peru, é usada uma variedade maior de uvas no preparo desse destilado,
originando bebidas mais ou menos aromáticas. No Chile, a uva usada com
mais frequência é a Moscatel. Seja qual for a origem, é sempre bom brindar
com o Pisco Sour, coquetel à base de limão, açúcar e clara de ovo muito
famoso nos dois países.
Genebra - Holanda e Bélgica
Pouca gente sabe que o gim, típico da Inglaterra, é uma variação da genebra,
criada na Holanda. A origem da bebida é incerta, mas acredita-se que no
século 16 a genebra já era popular nas tabernas holandesas e belgas. Virou
moda um século mais tarde e foi encampada pelos ingleses, que
transformaram a fórmula original e a adaptaram ao seu gosto. Na Holanda,
ela ainda é produzida a partir da destilação de cereais e adição de especiarias,
sobretudo o zimbro.
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